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sábado, 23 de julho de 2011

Buracos e lama fazem a PE-18 parecer uma pista de rali.

Estrada, que liga Camaragibe a Abreu e Lima, não oferece condições para os motoristas trafegarem; em alguns trechos, nem asfalto existe

Da Redação do pe360graus.com



Reprodução / TV Globo
Foto: Reprodução / TV Globo
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Os motoristas que precisam passar pela PE-18 têm a sensação de que está participando de um rali. Lama e buracos tomam conta de alguns trechos da rodovia, que liga Aldeia, em Camaragibe, ao bairro de Caetés I, em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.

É o improviso que marca o Km 0 da PE-18. Ela começa na altura do Km 14 da Estrada de Aldeia e tem 13 quilômetros de extensão. No começo da viagem, a paisagem atrai os olhares, devido ao clima agradável e cheiro de floresta. Barulho, só mesmo o da natureza.

Mas a contemplação acaba logo. Nos primeiros metros da PE-18, os efeitos da chuva começam a ser notados: há buracos e muitas poças. O motorista Jorge Pereira de Freitas, mesmo passando pelo local todo dia, ainda não se acostumou. “Não vale [cortar caminho], mas a rotina tem que ser por aqui, senão fica mais longe”, diz.

Na metade do caminho, fica o vilarejo conhecido como Espaço 21, já no município de Abreu e Lima. Segundo o vigilante José Carlos da Silva, chegar ou sair de casa é complicado.

“Eu tive que socorrer a minha esposa, eram 5h, mas, por causa das condições da estrada, eu tive que, no outro dia, botar o carro na oficina. Fora isso, tem os problemas de transporte. Não tem ônibus e o único transporte é o moto-táxi”, conta.

O aposentado José Francisco de Souza (foto 5) usa cadeira de rodas. Ele teve as pernas amputadas por causa do diabetes. Para receber as próteses e voltar a andar, ele precisa fazer sessões de fiosoterapia, mas, por causa dos buracos, o carro da Prefeitura de Abreu e Lima não vai buscá-lo. “Se melhorar o buraco, tem condições de mandar o carro. Enquanto estiver assim, fica ruim. Só quando estiar mesmo”, diz.

Segundo os moradores, em alguns trechos da PE-18 o carro não passa, mesmo com tração nas quatro rodas, por causa da lama e dos buracos. É tanta água nos buracos que, para andar de bicicleta, é preciso usar botas.

Quem passa de moto tem que levar a roupa do trabalho na mochila. “Quando eu venho por esse caminho de estrada de barro, eu paro e, com uma vergonha danada, saio me vestindo. A situação está precária e feia mesmo. Daqui a alguns dias, a gente vai ter que botar um barco para atravessar”, afirma o pintor Itamar de Gusmão Júnior.

O asfalto apenas aparece no trecho que fica no fim da estrada. Esta é a terceira vez que o NETV mostra a falta de conservação da PE-18. A primeira foi em maio do ano passado, quando a situação era a mesma: a estrada tinha lama e buraco. Em setembro de 2010, a equipe do telejornal voltou ao local, mas nada havia mudado. Na época, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou, por meio de nota, que procuraria a Agência Estadual de Meio Ambiente para analisar que tipo de providências poderiam ser tomadas na estrada, que passa por área de proteção ambiental.

O aposentado José Francisco da Silva já escreveu carta até para o governador Eduardo Campos pedindo atenção para a PE-18. As únicas obras na estrada foram feitas pelos próprios moradores. “No ano passado, nós colhemos R$ 26 mil e foram colocados 114 carradas de piçarra na pista, mas, mesmo assim, não temos condições de trafegar”, conta.

A Secretaria de Transportes do Estado confirmou que esse trecho da rodovia faz parte de uma área de Mata Atlântica. Por isso, primeiro o DER precisa fazer um estudo de viabilidade técnica para indicar qual melhoria pode ser feita no local. No trecho pavimentado, a Secretaria promete uma operação tapa-buraco, mas não definiu um prazo. Apesar disso, a equipe do NETV vai voltar a PE-18 no dia 26 de setembro para conferir se a situação melhorou.

Já sobre a situação do aposentado José Francisco de Souza, que teve os pés amputados e precisa de transporte para conseguir atendimento médico, a secretária de Saúde de Abreu e Lima, Mônica Vasconcelos, afirma que, por causa da chuva, as ambulâncias estão quebradas. Ela deu um prazo de, no máximo, quinze dias, para resolver esse problema.

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